17 de dez. de 2010

Grêmio com camisa do Mazembe? Marketing trata assunto com cautela

Paulo César Verardi afirma que uniformes precisam se inspirar na história do clube

Por Genilson Garcia
Porto Alegre

Nas redes sociais, a frase mais utilizada pelos gremistas para justificar a forte corneta sobre os colorados a partir da derrota do Inter para a Mazembe no Mundial de Clubes da Fifa é: 'quem bate esquece, quem apanha nunca esquece'. Se agora os tricolores aproveitam-se da eliminação do maior rival para fazer piada, em 1995 foram eles que sofreram o revés.
Em jogo decidido nas cobranças de pênaltis, à época o Grêmio perdeu para o Ajax o Mundial Interclubes. Porto Alegre parou. Colorados fizeram carreatas, buzinaços, e utilizaram-se até de frascos de um produto de limpeza homônimo para 'borrifar Ajax' nos tricolores.
Sete anos depois a corneta ainda persistia. Patrocinado pela empresa Topper, o Inter lançou em 2002 um terceiro uniforme inspirado no clube holandês - era o início da gestão Fernando Carvalho, que recém assumira a presidência colorada. Motivação para alguns torcedores gremistas pedirem a revanche: querem ver o Grêmio colocar nas prateleiras na próxima temporada uma camisa parecida com a dos africanos, algozes do Inter nos Emirados Árabes.
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FOTOMONTAGEM  Kausula com a camisa grêmio Mazembe 
Na fotomontagem, uma simulação do resultado da fusão os uniformes de Grêmio e Mazembe
Para o novo executivo de marketing do Grêmio, entretanto, o assunto é delicado. E arriscado. Paulo César Verardi despede-se nesta sexta-feira do Atlético-PR, e assume oficialmente o cargo no tricolor gaúcho na semana que vem. Mas os boatos já chegaram a Curitiba, de onde ele falou com o GLOBOESPORTE.COM, por telefone:
- Não existe nada, de minha parte, até porque não assumi ainda a área. É uma situação que tem de ser vista com muito cuidado, isso envolve questões importantes, de uma marca do clube, que é maravilhosa. Tem de haver muito cuidado.
Camisa Grêmio Mazembe 
Conselheiro do Grêmio criou camisa artesanal
Verardi faz um paralelo. Para ele, as ações espontâneas da torcida podem esgotar o assunto dentro do folclore entre rivais, sem a necessidade de envolvimento institucional do clube. A corneta ficaria restrita às ruas - onde circulam camisas artesanais que misturam Grêmio e Mazembe.
- Tem algumas ações espontâneas, feitas de maneira natural pela torcida, dentro da rivalidade saudável, que muitas vezes são mais eficazes do que a ação institucional. O efeito Mazembe já existe, já está muito presente. Minha preocupação é com o Grêmio, sobretudo.
O executivo do marketing tricolor lembra ainda que os uniformes do Grêmio precisam buscar exclusivamente na história do clube a inspiração. Mas não descarta avaliar os apelos dos torcedores.
- Camisas do Grêmio, com essa marca, têm de incluir um conteúdo conforme à história do clube. Mas precisamos também estar atentos a estas oportunidades. A avaliação tem de ser feita com muito cuidado.
O assunto é polêmico até mesmo entre a torcida. Muitos gremistas, que repudiaram a ação colorada há oito anos, não querem ver o Grêmio reprisar a mesma atitude.

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